21 de março de 2011

Aventura e Ação

Para começar a sentir o clima da Semana do Ecoturismo de Urubici (27 de maio a 05 de junho) lembramos esse show de matéria de jun/jul de 2009 da revista Aventura & Ação. Desde aquela época Urubici está em evidência!


Serra Catarinense, bonita por natureza...

Matéria publicada na edição 152 -Junho /Julho de 2009 - Aventura & Ação


Contrastando com a típica paisagem brasileira que inspira músicas, poemas e atrai milhares de gringos em busca das altas temperaturas das praias ou florestas tupiniquins, a região ostenta um cenário que mais se aproxima dos cartões-postais europeus. Com seus cânions e penhascos cobertos por densas neblinas, matas remanescentes de araucárias e rios cristalinos e gelados, a Serra Catarinense parece revelar outro País, que apesar de não ser tropical, é incontestavelmente bonito por natureza .

Pouco distante das agitadas praias de Florianópolis e dos já consagrados roteiros do Vale do Itajaí, a Serra Catarinense ostenta uma face pouco conhecida do estado. Um desperdício. Seja pelas paisagens desconcertantes propiciadas pelas serras e morros de Urubici ou pelo charme das vinícolas de São Joaquim, a região merece mais notoriedade do que conquistou com as incidências de neve.


Além de invernos especialmente gelados, vale ressaltar alguns bons motivos a mais para se conhecer o destino. Para quem busca contemplação tranquila de natureza preservada, a chance de se decepcionar é tão próxima de zero quanto as temperaturas registradas nos termômetros da região. Em Urubici, paisagens como a da subida do centro da cidade ao Morro da Igreja, em seus 1.822 metros (o ponto habitável mais alto do sul do Brasil), são deslumbrantes. A expressão “andando sobre as nuvens” não é apenas uma figura de linguagem para descrever a sensação lá em cima, pois não é raro a neblina cobrir boa parte da paisagem do vale. Nesse caso, não vai ser nenhum sacrifício voltar ao lugar para contemplar mais nitidamente a famosa Pedra Furada, o cartão-postal do município.

As estradas são um atrativo à parte em toda a Serra Catarinense. A Serra do Corvo Branco, por exemplo, cortada pela SC 439, exibe uma sequência impressionante de curvas e abismos. Em um trecho de cinco quilômetros, em especial, de paredões de pedra, curvas de ângulos impossíveis, penhascos e uma paisagem de montanha rara no País, tornam o lugar um deslumbrante ponto turístico.

As cerca de 80 cachoeiras do lugar também protagonizam o espetáculo que a natureza oferece na região. Algumas delas atraem turistas por trilhas bastante tranquilas, propícias aos trekkers menos dispostos. A beleza das quedas é totalmente desproporcional ao esforço necessário para se chegar até elas.

Mas se você está entre os que preferem desafios mais exigentes, pode começar a preparar a mochila e os agasalhos para expedições de peso. Para constar, em alguns destinos da região, o clima não favoreceu a presença humana, que se reduziu a tribos dos índios xoclengues e alguns redutos jesuíticos do período da colonização. Separando a Planície Costeira do Planalto Serrano, de forma abrupta, a Serra Geral ergue-se como uma imensa muralha natural em uma longa cordilheira de 600 km de extensão, atravessando os três estados do Sul do Brasil. Na região da Serra Catarinense, ela reserva visuais impressionantes exclusivos aos aventureiros mais ousados que encaram travessias de até uma semana pelo Vale do Rio Canoas. Armar pretensiosos rapéis, despencar em ducks pelos rios, voar em parapentes sobre os mais belos vales são alternativas para desvendar esta região recôndita, relativamente protegida da ação do homem pela imponência da geografia que desenha a paisagem.

Mesmo depois da “civilização” ter dizimado os índios e colocado abaixo extensas porções de matas de araucária, a atividade humana não conseguiu destruir a beleza cênica destas terras. O Parque Nacional São Joaquim foi criado em julho de 1961 para preservar as matas fragmentadas remanescentes, campos de altitude e mananciais dos rios Pelotas e Canoas. Apesar dos problemas fundiários ainda presentes, a iniciativa foi importante para garantir a recuperação da vegetação típica da floresta ombrófila mista (matas de araucária), uma das formações mais ameaçadas do País.

Sorte dos turistas, que podem apreciar a paisagem da Unidade a bordo de um veículo off road, em uma tranquila cavalgada, de bike ou mesmo a pé. Fora do parque, na zona rural das cidades, os pomares de maçã, as criações extensivas de gado e as casinhas de madeira colorida compõem um visual bucólico e relaxante. Em São Joaquim, cidade mais fria do Brasil, o clima é ideal para aproveitar um bate-papo em frente à lareira, tomar um bom vinho ou passear tranquilamente por um parque temático.

Se o objetivo é descansar, se aventurar e curtir os prazeres do inverno, as imagens dessa matéria provavelmente não deixarão dúvida de que a Serra Catarinense é uma opção e tanto.

Urubici, terra do frio e da aventura
A pequena cidade de pouco mais de dez mil habitantes, apesar da pouca sofisticação, recebe os turistas com a simpatia e o acolhimento típicos de um município do interior, que preserva o ar puro e as tradições do tempo dos tropeiros. Há cerca de duzentos anos, eles passavam por ali levando o gado do Rio Grande do Sul a São Paulo e deixavam marcas dos pampas, como o gosto pelo chimarrão e pela música e dança gaúcha.

Para quem quer curtir mais de perto a natureza exuberante do lugar, o município oferece pousadas afastadas, no alto das montanhas, ou mesmo em belas propriedades rurais, que se estruturaram para receber os visitantes dispostos a conhecer de perto o verdadeiro sabor da vida no campo. O que não é difícil mesmo para quem está hospedado no centro da cidade, que consiste em uma única avenida. A partir dali, cerca de 5 minutos de carro e mais 15 de caminhada levam a um dos principais atrativos do município: a Cachoeira do Avencal, com uma bela queda de 100 metros de altura.

No Morro de mesmo nome, outra atração são as marcas deixadas por antigas civilizações, que registraram sua passagem por ali em pedras, através de desenhos que instigam a imaginação de pesquisadores e curiosos. Segundo arqueólogos, as inscrições rupestres presentes no Morro do Avencal datam de mais de quatro mil anos.

Bem mais distante da cidade, entre os lugares mais inacessíveis de Urubici está o Campo dos Padres, que guarda uma vegetação de campo de altitude em uma das regiões mais isoladas do estado. O acesso só é possível a cavalo ou a pé, em uma belíssima caminhada de dois dias. Se não bastasse o visual singular destes campos abertos, do alto do Morro da Boa Vista, a 1.827 metros, nos dias mais claros, enxerga-se o litoral a mais de 60 km de distância. Como o prêmio é para poucos, já vai um consolo: o famoso Morro da Igreja, com somente cinco metros a menos que o da ”Boa Vista” está a 28 km do centro de Urubici, acessível por uma estrada asfaltada. Além da incrível beleza, o lugar ficou famoso por ter registrado a temperatura mais baixa do País, 17,8 graus negativos, em junho de 1996. A marca é motivo de orgulho para os moradores locais, que investem nas histórias sobre o frio, geadas e ocorrências de neve para atrair os visitantes.

A vocação para o turismo, entretanto, só começou a se revelar há 15 anos, dividindo espaço com a tradicional atividade agropecuária trazida no final do século XIX por imigrantes alemães, leto-lituanos e italianos. Vindos de regiões frias da Europa, eles encontraram nestas terras um clima semelhante ao de seus países de origem e se destacaram no cultivo de hortaliças. Hoje, o município de Urubici é considerado um dos maiores produtores de hortifruti do País.

No período de 1920 a 1970, outra atividade que infelizmente fomentou a economia da região foi a derrubada dos bosques de araucária, que, por pouco, não causou a extinção da árvore-símbolo da Serra Catarinense. Só no município de Urubici chegaram a existir 40 madeireiras em funcionamento.

O fortalecimento do ecoturismo, entretanto, com a chegada de guias, pesquisadores e amantes da natureza, em geral, tem incrementado a economia e promovido mudanças sociais e ambientais na região. Prova disso é o crescimento da agricultura orgânica e a consolidação de ONGs como o Instituto Serrano de Conservação da Natureza. Há quatro anos em atuação, a organização trabalha com educação ambiental, promovendo cursos de conscientização sobre os ambientes serranos de altas altitudes, voltados para agricultores e estudantes. Outra iniciativa da ONG é a realização de mostras e exposições que contam a história da formação geológica da região, além de difundir informações sobre a fauna e flora dos ecossistemas serranos.


Viagem pela colonização
Fora a hospitalidade dos moradores locais, há ainda outras características típicas do interior do Brasil que podem ser apreciadas em Urubici, como a boa e farta culinária. Nos cardápios dos hotéis, restaurantes e bistrôs, figuram iguarias típicas como o pinhão e as trutas que, introduzidas nos rios do município, se deram bem com suas águas geladas e hoje compõem os pratos mais apreciados da região.

Além de experimentar este delicioso peixe, quem visita a cidade certamente vai se inteirar de curiosos casos e lendas que se misturam à história do Brasil decorrida por ali. Quando da chegada dos europeus em 1.500, os índios xoclengues eram donos destas terras e dominavam as florestas que cobriam as encostas das montanhas, os vales litorâneos e as bordas do Planalto Sul do Brasil. Nesta época, havia só na região sul 247 mil índios, segundo estudos do antropólogo Darcy Ribeiro. Essa população foi sendo dizimada ao longo dos séculos, na serra catarinense, em especial, de uma forma sangrenta e bárbara.

Na medida em que as frentes de colonização foram avançando para o interior, encurralando os indígenas, o confronto tornou-se inevitável. Surgiu assim a figura do bugreiro, indivíduo especializado em atacar e exterminar indígenas, contratado pelos colonos imigrantes e pelo governo provincial, assim chamados em alusão ao termo “bugre” , que designava pejorativamente os índios da região. Os moradores de Urubici contam que estes matadores de índios recebiam por par de orelhas que entregavam aos seus patrões. O negócio devia ser lucrativo. Segundo relatos, há fotos com balaios inteiros transbordando de orelhas arrancadas de homens, mulheres e mesmo crianças xoclengues.

Outra história comumente contada pelos moradores locais, referente ao período colonial, diz respeito a tesouros perdidos, que aguçam a imaginação, estimulam pesquisas e expedições na região. Antes da chegada dos alemães e dos tropeiros, havia algumas missões jesuítas que deram nome a locais como o “Morro da Igreja” e o “Campo dos Padres”. Segundo as histórias contadas, quando foram perseguidos a mando do Marquês de Pombal, estes jesuítas entraram em embarcações, pelo Rio Canoas, com um grande tesouro, cerca de 60 balaios de ouro, que enterraram em cavernas próximas ao Morro da Igreja, lacrando sua entrada. Há quem diga que já encontrou vestígios deste tesouro perdido pelas montanhas da região.

Mesmo para quem não encontrar pistas sobre o paradeiro das pepitas de ouro dos missionários, um passeio pelos roteiros turísticos da cidade promete boas recompensas.


Não deixe de visitar:

Morro da Igreja – Localizado no centro do Parque Nacional São Joaquim, é muito procurado por praticantes de escalada e montanhismo. Se a paisagem não estiver tomada pela neblina, torna-se um ótimo mirante para as escarpas da Serra Geral e para a bela Pedra Furada, uma formação rochosa contendo um portal, em forma de janela arredondada, medindo cerca de 30 metros de circunferência. Do mirante do Morro da Igreja até a Pedra são cinco horas de caminhada.

Nascentes do Rio Pelotas – A região situa-se em campos alagados e possui uma das trilhas (não demarcada) mais interessantes do Parque.

Cascata Véu de Noiva - Possui águas geladas numa queda de 45 metros de altura. Está nos limites do Parque , 5 km antes do Morro da Igreja.

Cachoeira do Avencal – Uma das mais belas quedas d’água da região, pode ser atingida por estrada asfaltada em direção à cidade de São Joaquim, mais caminhada por uma trilha de 800 metros, em meio a avencas e xaxins.

Serra do Corvo Branco – Possui uma estrada que liga Urubici a Grão-Pará e tem seu ponto mais alto a 1.470 metros de altitude. Do alto consegue-se avistar boa parte da planície catarinense e várias formações de cânions e vales profundos. Está a 27 km do centro de Urubici, mas para os trekkers há uma trilha de 6 km até o local.

Cânion Espraiado Localizado na imensa área do Campo dos Padres. Nesse local há trilhas que variam entre 1.150 a 1.600 metros de altitude, onde, durante o inverno, há possibilidade de nevascas e congelamentos.

Cânion das Laranjeiras Local de beleza singular que recebe as águas do Rio Laranjeiras. Está localizado a 25 km, por estrada de terra, a partir de Bom Jardim da Serra.

Serra do Rio do Rastro Possui a estrada asfaltada mais sinuosa do Brasil (SC-438), indo em direção a Lauro Müller. Suas curvas margeiam um cânion com 1.450 metros de altura e há vários mirantes para observação da paisagem.

Morro do Campestre Também conhecido como Morro da Cruz, possui um mirante com vista parcial do Vale do Rio Canoas. Está localizado a 8 km do centro de Urubici. O pôr-do-sol propicia um espetáculo à parte na paisagem.


Capa da edição 152 - Junho / Julho
Foto: André Dib
 Fonte:

13 de março de 2011

Carnaval 2011

Então pessoal... vamos ao relatório sobre o Carnaval.
Para começar o tempo... dias maravilhosos! Sol, calor não tão intenso, momentos nublados...
A população local muito animada com os quatro dias de festa no que se considera na região o melhor carnaval da serra.
A cidade estava lotada, muita gente de bike! A aventura é um convite para o turista em Urubici, sem dúvida! O grupo FAE do Clube Corvo Branco Vôo Livre aproveitou todos os dias, depois de dois meses consecutivos de chuvas...
Confira no blog:


Em uma semana de Carnaval, Fernando fez cinco voos ( contando com a sexta) com permanência em todos, ótima performance da asa Willswing / Sport 2 135, colocando 540m em cima da decolagem.

Deixamos aqui as nossas impressões animados com o que está por vir nesse 2011!

8 de março de 2011

Mulheres são aventureiras natas!

Mulheres já nascem com a aventura nas veias!
Quando crianças, precisam encarar alguns obstáculos quando curtem atividades 'genuinamente' masculinas: futebol, o brinquedo mais desafiador do parquinho, a bike, o skate! "Tão delicadinha brincando assim!"
Sim, mulheres são muito delicadas! Essa é a característica feminina da espécie humana. Geralmente as mulheres têm aquele olhar que chama o gênero masculino a pensar... "preciso protegê-la"!
Mas, na verdade, é a mulher que protege muitas vezes: cuida dos filhos e do homem, cuida do trabalho, da casa, da amiga que chora, do amigo que perde a namorada, dos filhos mal cuidados dos outros e do animal abandonado! E precisa ainda equilibrar isso tudo porque a linha é tênue para chegar a ser julgada como 'aquela que só se preocupa com a vida dos outros'!
Críticas a parte, a mulher também precisa provar que é uma boa profissional, uma boa amante e uma boa mãe! Mas o pior de tudo é provar a si mesma que ela é tudo isso e mais: linda, gostosa e bem-sucedida!
Quando é abandonada precisa se levantar rápido e quando abandona precisa provar por 'A + B' que o fez por um motivo muito nobre: ser feliz! Por que não? Todos temos essa responsabilidade: buscar a felicidade e conseguir ser feliz muito antes de encontrá-la"!


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Kika Bradford, escaladora carioca que fazia dupla com Bernanrdo Collares, vítima de acidente fatal no início de 2011 no Fitz Roy, Patagônia

Enfim, nossa homenagem aquelas mulheres aventureiras! Em especial aquelas que, além desses desafios básicos, buscam sentir a liberdade de se aventurar por aí nas montanhas, vales, campos, mares, rios e céus!

FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER!